quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Deus Simples

Esse texto abaixo, foi retirado do Blog de Dalvimar Gallo, e foi escrito provavelmente na época em que ele havia saído do Anjos de Resgate. O cara é iluminado.
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Sim, é a festa do Deus que se faz pão. É simples assim! Deus anda com os simples, enaltece os humildes, dá inteligência aos pequenos, abre o sentido aos puros e desconcerta os soberbos, escondendo-lhes a graça.

A hóstia simplesmente entra pela nossa boca, descendo pela nossa garganta, dissolvendo-se e fundindo-se ao nosso sangue e à nossa carne. E assim Deus, com o nosso consentimento, nos transforma em novos homens e novas mulheres a cada Eucaristia. A palavra aqui é aperfeiçoamento. Ele nos aperfeiçoa a cada Eucaristia. É simples assim! O Deus-homem, que alimenta a humanidade a cada missa, a cada celebração.

Não tenho dúvidas de que seu mistério é insondável. Mas também não tenho dúvidas de que, encontrando o Cristo-Homem, encontraremos o Cristo-Deus. Mas sua misericórdia e amor são simples, porque o Senhor é simples. É Deus na vida do homem. O divino encontrando o humano e o tornando divino. Sim, é isso o que acontece na Liturgia! A quem tem medo do Senhor por ele ser o todo poderoso, eu afirmo: Em Deus, a força toda poderosa que existe é a do amor. O Deus sensível que chora conosco, que nos toca. O Deus no qual podemos e devemos confiar, que caminha ao nosso lado, que nos ouve e fala conosco. O Deus que nos alimenta. Sim, é simples assim.

Mas confesso que nem que eu juntasse todas as palavras do mundo, jamais conseguiria mostrar numa canção as cores da misericórdia que me é revelada por Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia.


Quer ver esse Deus simples?

Dê um prato de comida a quem tem fome. Cubra alguém que esteja na rua, passando frio. Doe um de seus dias para um deficiente. Visite hospitais, prisões, asilos e crianças num orfanato e você terá visto Deus. É simples assim. Experimente isso! Eu experimentei e recebi o “Pão dos Anjos”.

Certo dia, eu estava em São Paulo, enfurecido por vários motivos. Minha cabeça estava atravancada e o meu coração não tinha paz. Pensava em tudo, menos em Deus. Então, deixei o hotel onde estava hospedado e saí a pé, caminhando pelas ruas da cidade. Não demorou muito e eu estava no Vale do Anhangabaú. Quando olhei para frente, vi muitas pessoas deitadas no chão, tentando se cobrir com papelões e pequenos cobertores. Fiquei com muita vergonha de mim mesmo. Eu era egoísta demais, olhando apenas para os meus problemas. Ali eu vi que não tinha problemas. Entrei no primeiro bar que servia marmitas e perguntei: quanto custa um prato de comida? O dono do bar me respondeu: três reais. Enfiei a mão no bolso e vi que tinha trezentos reais e então pedi ao dono do restaurante: por favor, eu quero 100 marmitas. O homem me olhou assustado. Então eu repeti: é isso mesmo, são 100 marmitas. Vamos fazer assim: o senhor vai fazendo aos poucos que eu vou buscando e vou levando pra turma ir comendo. E lá fomos nós naquela empreitada.

Acho que nunca me senti tão feliz na minha vida. Nunca tinha visto tanta gente comendo ao mesmo tempo. Eu tinha encontrado o Cristo-Homem e assim, simplesmente, ele próprio me levou a encontrar o Cristo-Deus.

“O cristão é um outro CRISTO” (São Cipriano).

Viver da providencia

Viver da Providência “Se o Senhor não construir a casa, seus construtores trabalham em vão. Se o Senhor não guardar a cidade, a sentinela vigia em vão” (Sl 127,1).

Muitas vezes pensamos que tudo está dando certo em nossa vida por nossa causa, por nosso trabalho, nossa capacidade, quando, na verdade, Deus é o construtor de tudo. Se o Senhor não for o construtor da casa, seus construtores, seus pedreiros, seus mestres de obras, nós trabalharemos em vão. Se o Senhor não guarda a cidade, se Ele não é o centro e não está em primeiro lugar... nada acontece!

Deus precisa ser o primeiro! Este é o sistema de Deus! O mundo nos enganou e entramos direitinho no sistema dele. Nossa própria inteligência fez que invertêssemos a verdade e colocássemos Deus a nosso serviço, de acordo com nossas vontades.

O primeiro em seu trabalho precisa ser Deus. Você trabalha por causa dele e não por dinheiro, promoção. Trabalha porque assim Deus fala a respeito da lei do trabalho: “Ganharás o pão com o suor do teu rosto” (Gn 3,19).

É preciso mudar! Aí está o segredo da transformação de nossa situação econômica. Até hoje estávamos ainda no outro sistema, ou pior, tentando misturar os dois sistemas, o que não é possível! Porque se o Senhor, e somente Ele não guardar a cidade, sua família, seu casamento, seu trabalho, sua empresa, em vão vigiam as sentinelas.

Se ficarmos no sistema do mundo, temos que suportar todas as suas consequencias. Infelizmente, temos seguido nessa enxurrada. É preciso, o mais depressa possível, pular para fora desse sistema; ele está matando nossas famílias, nossos filhos, nossos casamentos...

Se você entrou pelo caminho errado, pule imediatamente para fora desse sistema. Porque se Deus não for o primeiro de sua casa, de sua família, de seu casamento, nada vai sobreviver! É questão de se dobrar! Isto se chama conversão: entramos no caminho certo, no qual Deus seja o primeiro de nossa vida e de tudo que a envolve.

A prática, Deus nos aponta no Evangelho de São Mateus: “Procurai primeiro o Reino de Deus e a justiça de Deus, e tudo mais vos será dado por acréscimo” (MT 6,33).

Se você busca Deus em primeiro lugar, se busca a implantação do seu reino como o primeiro investimento de sua vida, tudo o mais lhe será dado em acréscimo. Vida, saúde, comida, roupa, presente e futuro.

É Deus quem providencia! É o Senhor quem constrói a casa, quem guarda a cidade. Nós estamos aqui somente para colaborar, fazendo a parte que nos cabe. Por isso, temos que trabalhar! O segredo é entender que o resultado não está no nosso trabalho. O resultado está em Deus que é nosso Pai. Nós fazemos nossa pequena parte; quem constrói, quem guarda e conduz é Ele.


Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova