quarta-feira, 3 de março de 2010

Padre Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.

“É bom estarmos aqui”

Escutai o que Ele diz
Luz e trevas! Vida e morte! Palavras que se encontram presentes na compreensão do mistério de Cristo e do caminho do discípulo. Iniciamos a Quaresma contemplando Cristo em sua tentação, momento das trevas e da luz. Somos tomados pela angústia da fragilidade e do pecado. Para compreender esta situação e superar o escândalo da Cruz, contemplamos Jesus em sua da Ressurreição anunciada pela Transfiguração. Temos, assim, a confiança da vitória da Ressurreição de Jesus e de nossa ressurreição com Ele. A Transfiguração de Jesus não pode ser vista somente com uma cena bonita que Pedro relembra, em sua carta, como um forte argumento: “Não foi seguindo fábulas sutís, mas por termos sido testemunhas oculares de sua majestade... quando estávamos com Ele no monte santo” (2Pd 1,16.18). Na montanha do Tabor há um ensinamento fundamental aos discípulos de Jesus: “A Lei e os Profetas vieram até João. Daí em diante é anunciada a Boa Nova do Reino” (Lc 16,16). Jesus se transfigura e, a seu lado, aparecem Moisés e Elias, simbolizando o Antigo Testamento, a Lei e os Profetas: “Quando iam embora, Pedro faz a proposta de construir três tendas para manter aquela beleza (Lc 9,33). É a tentação da comunidade de continuar no Antigo Testamento, sem assumir a novidade do Reino. Em Jesus a Lei e a Profecia chegam a sua perfeição e encerram sua função. A voz do Pai é clara indicando quem é a Lei e quem é o Profeta: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que Ele diz”(35). Agora é Jesus quem fala. Fala a Palavra do Pai. Entrar na nuvem significa entrar na presença de Deus. Lembra a teofania (manifestação de Deus) no Sinai. Tendo mostrado a Glória podem descer da montanha e continuar o caminho para Jerusalém onde se realizará o desígnio de Deus na Morte e Ressurreição. A comunidade não dispensa a Lei e os Profetas, mas os compreende através de Jesus.