quinta-feira, 19 de maio de 2011

Fiéis viajam de todo o Brasil para beatificação de Irmã Dulce



Obras Sociais Irmã Dulce
O processo de beatificação de Irmã Dulce durou 10 anos; a cerimônia acontece neste domingo, 22
O 'Anjo bom da Bahia', como é conhecida Irmã Dulce, já se transformou no 'Anjo bom do Brasil'. Prova disso é que caravanas de 13 estados do país se mobilizam para acompanhar a cerimônia de beatificação da religiosa brasileira, que acontece neste domingo, 22, no Parque de Exposições de Salvador (BA).

Ao todo, são 20 mil pessoas organizadas em cerca de 250 grupos de estados de várias regiões do Brasil e até de Portugal e Espanha, segundo dados do cerimonial das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). A maioria dos fiéis de fora da Bahia vem de Sergipe e Espírito Santo. A organização espera receber cerca de 70 mil para prestigiar a cerimônia.

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Juliana Silva Luz, de 21 anos, vai para o evento com um grupo de 16 pessoas da Paróquia São Francisco de Assis, de Cubatão (SP). Eles viajam na sexta-feira, às 6h da manhã, e retornam na segunda. “A paróquia possui uma Associação de obras assistenciais, que seguem os exemplos de Irmã Dulce. É um desejo do pároco, padre Antônio, ir a essa grande celebração”, partilhou a jovem.

Segundo Luz, a paróquia irá aproveitar a oportunidade para deixar no Memorial de Irmã Dulce uma carta que narra um possível milagre ocorrido com um paroquiano, por intercessão da futura beata. “Valdir tinha uma doença crônica, era ex-usuário de drogas. Seus membros estavam sendo atrofiados em decorrência da doença, tinha muita dificuldade de locomoção. Os médicos informaram que a situação só iria piorar. Padre Antônio, muito comovido com a situação, pediu juntamente com a família de Valdir a intercessão de Irmã Dulce. Hoje, ele consegue se locomover sozinho, dirige e tem uma vida normal”, testemunhou.

A carioca Maria José Sobral, responsável por uma caravana de 32 fiéis, também viaja para agradecer. Coordenadora de peregrinações há 20 anos, ela é devota de Irmã Dulce desde 1987, quando conheceu a religiosa pessoalmente. “Eu gosto muito dela, é uma pessoa que tem um olhar que transforna, de tão diferente e puro. Tenho muito a agradecê-la, meu marido fumava havia 36 anos e, em 2008, depois de pedir a Irmã Dulce a graça, ele parou de fumar”.

Cerca de 1.100 pessoas estão trabalhando desde o ano passado para a realização da cerimônia de beatificação. Entre os responsáveis por fazer a festa acontecer, estão aproximadamente 500 voluntários, com idade entre 15 e 70 anos, que se dividem nos trabalhos das portarias, estacionamentos, altar, acolhida, central de imprensa, coral, ministros da Eucaristia, acólitos, agentes de coleta e médicos.

Para a advogada Maria Amélia Carréra, que viaja com os pais do Espírito Santo para acompanhar o momento, é uma alegria poder participar da beatificação de alguém apresentado como modelo de santidade para o mundo. “A história de Irmã Dulce é muito próxima de nós, minha avó morava em Salvador e ajudava na sua obra, minha tia continua ajudando até hoje. É com muita alegria que vamos participar deste momento e podemos dizer que convivemos com uma verdadeira santa”.

Irmã Dulce de todas as classes


A paróquia da Bahia que mais requisitou ingressos para a beatificação de Irmã Dulce foi a de Nossa Senhora da Luz, localizada no bairro Pituba, em Salvador: foram 2.500 bilhetes distribuídos. Com maioria dos moradores de classe média, Frei Elísio de Jesus atribui a procura pelo desejo dos fiéis de ser solidários. “Irmã Dulce está despertando em nós, baianos, o desejo de ser solidários, de ajudar os pobres. Temos 12 projetos sociais aqui na paróquia, inclusive uma creche; os paroquianos são bem sensíveis quanto a isso”, comentou o religioso, ressaltando ainda que a maior procura por ingressos no local foi entre mulheres e jovens.